28.7.05

A PEQUENA SEMENTE



Foi breve a minha recente visita ao país das tulipas. Mas nem por isso menos rica em acontecimentos de importância vital, tanto para o bom futuro da minha carreira como, concretamente, do meu próximo álbum de originais (e algumas surpresas).
Na bagagem levei o master, precioso e ainda cautelosamente guardado, que é fruto dos meus últimos meses de trabalho e - principalmente - objecto da minha inteira dedicação e entrega.
O momento assim o pedia, pois fui precisamente assinar o meu contrato de licenciamento exclusivo com a Coast Company, com quem tenho estabelecido uma ligação de grande confiança e óptima comunicação, em tudo auspiciando bons ventos!
Tive ainda oportunidade de fazer uma entrevista alargada para a revista WINNERS & Co, totalmente dedicada ao próximo álbum, a ser editada por alturas do lançamento do disco no Benelux (Holanda, Bélgica e Luxemburgo), em Outubro.
A sensação de começar a levantar um pouco o véu do meu projecto não podia ser a melhor, principalmente pela grande curiosidade e interesse que este despertou na jornalista - e pela inevitável vontade da minha parte em revelá-lo!
Assim ficou completa a minha viagem, regressando a Portugal com um contrato que é, para qualquer artista, motivo de alegria.
Depois de plantada a “sementinha” de mais um pouco da música da Mafalda Arnauth... fico a aguardar, ansiosamente o momento de a partilhar com todos vós. Como sempre, o meu grande, grande desejo é o de que a música que me acompanha vos possa também servir de “ombro”, sempre que quiserem...

27.7.05

AS IGREJAS DO MEU CONTENTAMENTO



Quase poderia dizer que tivemos a bênção dos locais onde decorreram as minhas actuação, nesta passagem por Itália, tal foi o bom resultado que tivemos em ambos.
Devo referir, claro, que ambas as actuações decorreram em Igrejas cuja beleza é, em Itália, sobejamente conhecida de todos, mas nunca demais para o salientarmos.
O primeiro concerto em Capolona, sob o nome de “Pieve a Sietina”, teve lugar num local distante de tudo, no meio do campo; e surpreendeu pelo numeroso público que acorreu ao espaço. Inicialmente pensado para acontecer num pequeno jardim de uma casa particular, acabou por decorrer dentro de uma pequena capela anexa à propriedade – uma vez que o tempo decidiu pregar-nos uma partida. Mas fê-lo em boa altura, já que assim todo o concerto foi impregnado de uma atmosfera intimista, semi-acústico e pleno de emoção. Muito do público ficou de pé, à porta da capela… mas nem por isso desmobilizando. O silêncio e o respeito pautaram todo o evento; e a proximidade com o público não podia ser maior.
Num italiano muito precário, fui conseguido explicar o mínimo que permitisse aos presentes criarem, com o que ouviam, o seu próprio imaginário. A julgar pela devolução, foi muito o que entenderam, ou melhor, sentiram. Houve ainda tempo para recordarmos “Canzone Per Te”, ao qual fiz uma pequena adaptação para português e que teve um coro magnífico, muito graças à eterna memória de Amália Rodrigues.
O segundo concerto, em Palermo, na Chiesa Santa Maria dello Spassimo, integrado no festival Kals’Art, foi em tudo semelhante; apenas num espaço maior e obviamente com bastante mais público. O calor foi o suficiente para ainda agora, enquanto escrevo, sentir as palmas do meu “contentamento”, emoção que só entende quem sente aquele frio na barriga antes de um concerto; a incógnita de uma multidão desconhecida e para quem o meu repertório é uma novidade total; a angústia de não sabermos se seremos ou não capazes de tocar tanta gente.
É por isso que o desgaste de cada concerto é sempre substituído por uma energia e vitalidades tão únicas que nos fazem querer contar ao mundo esta bênção de termos uma vida tão particular.
Pode ser uma “estranha forma de vida”. Mas eu não quereria outra...

26.7.05

Mafalda Arnauth em Colectânea Internacional



A projecção internacional da voz de Mafalda Arnauth não pára de crescer. Acompanhando um interesse crescente do mercado europeu no contributo português para a world music, a editora alemã Blue Flame incluiu um tema da fadista no vol. 5 da série “Women’s World Voices”.
“Ó Voz da Minh’alma”, retirado do álbum “Encantamento”, foi o tema escolhido para figurar no quinto volume da colectânea, um projecto nascido em 1999. A edição é da Blue Flame e a distribuição pertence à Rough Trade.
Por “Women’s World Voices”, já passaram nomes como Natasha Atlas, Da Lata, DJ Krush, Mamani Keita, Cesária Évora, Amina, Anne Clark, Sally Nyolo, Dido, Princess Erika, Vas, Herbalizer, Mo’ Horizons, Sheila Chandra, Ishtar e Ojos de Brujo.
Um BI mais que relevante para fazer desta chamada à participação de Mafalda Arnauth em “Women's World Voices 5” um singelo momento de prestígio internacional. O CD, duplo, já está disponível na Europa e chega aos EUA no início de Agosto.
Curiosamente, a participação nesta colectânea surge no exacto momento em que Mafalda Arnauth está a acertar os pormenores para a edição do seu novo álbum de originais também no mercado europeu.
O novo trabalho mistura fados clássicos a criações e reinvenções de enorme arrojo criativo e envolve nomes maiores da produção nacional e da música internacional. Encontra-se em fase de produção e tem saída prevista para Outubro próximo.

25.7.05

Qual é coisa, qual é ela...?



... que se revelou boa demais para não repetir - e que terá, por isso, uma sequela ainda este ano?

22.7.05

Lasciatemi Cantare


Mafalda Arnauth está este fim-de-semana em Itália, para dois concertos muito aguardados. Sábado, 23, a fadista sobe a palco em Arezzo, na Toscânia. Domingo, 24, é a vez de Palermo, na Sicília.

Pé-de-orelha


Não deixou de ser notada pelos mais atentos a presença de Mafalda Arnauth nos recentes concertos de Maria Bethânia em Portugal. E as conversas de ambas as cantoras, em bastidores, deixam antever para breve algo mais que a estima e admiração mútua. Há qualquer coisa de música na forja, isso há...

17.7.05

AGORA E ADIANTE



Talvez este seja o momento perfeito para, finalmente, inaugurar esta minha nova ”casa”. Talvez, porque, felizmente, a minha vida tende a fugir da monotonia e a cada dia, às vezes a cada hora, surge um mundo de experiências e sensações que me tornam difícil escolher o que contar, ou do que falar.
Talvez também, por esse motivo, este é um lugar de eleição para mim! Um lugar de partilha, que tanto tenho procurado, da porta aberta para todas as pessoas que de alguma forma me gostariam de conhecer melhor, de perceber quem sou eu…
Certo é que esta semana reúne, em particular, tantas situações importantes e decisivas que me parece óbvia a urgência de “agarrar o momento”.
Para descrever melhor a fase que atravesso, não encontro termo mais apropriado do que: BALANÇO! De repente, quase todas as situações da minha vida parecem convergir para esta semana, levando-me a apreciar todo o meu percurso, as minhas escolhas, a minha forma de estar.
O lançamento do “Melhor de Mafalda Arnauth” vem precisamente dar relevo a esta sensação. Não imaginaria que surgiria, tão depressa, a oportunidade de ver o meu breve percurso compilado, mostrando-me tudo o que tenho feito de forma clara e inequívoca, recordando-me temas que a cada novo disco se foram distanciando da minha memória, substituídos pela criatividade recente de novas músicas e poemas que - por serem as “últimas” do meu coração - ocuparam um espaço nos meus concertos, nas minhas acções de promoção, enfim, no meu presente.
Este álbum resume, se possível, o meu crescimento como artista. É um mapa que espelha cada passo que dei para evoluir; a partilha humana com todas as pessoas que comigo construíram cada tema e cada sensação; a minha luta para ultrapassar inseguranças e incertezas; a minha opção clara e irrefutável pela musica, pela minha verdadeira vocação. O Fado que inegavelmente faz parte de mim, mesmo nos temas em que as fronteiras com a tradição e as experiências não estão bem definidas - pois é desses que nasce a maior reflexão, a maior dificuldade e a sensação de se lidar com algo preciosamente misterioso.
A maior riqueza destes anos e dos três álbuns que fiz reside, sem dúvida alguma, na partilha humana com todas as pessoas com quem os construí: João Gil, Amélia Muge, José Martins, todos os músicos, todos, Luís Oliveira, José António Pedro, Maria João Castanheira, Paulo Paz… Um Best Of enche-nos sempre de alegria, pois é sempre um sinal de que, apesar do pouco tempo, já fizemos algo de bom…
O lançamento do Best Of lança-me inevitavelmente para um outro balanço, mais arriscado, de futuro menos claro, mas não menos importante para mim. Sendo um disco editado pela EMI, vem revelar que é possível, mesmo em face da minha saída desta editora, “construir” - em nome dos excelentes anos em que juntos demos forma à Mafalda Arnauth. O ter saído da EMI é muito mais um passo em busca de liberdade total e procura de uma marca pessoal que um acto de desencanto ou desagrado. Em nome de excelentes pessoas com quem tive oportunidade de conviver; e um ano depois de me ter tornado independente, não posso deixar de os referir neste balanço, pelo passado, pelo presente que estamos a partilhar e pelo futuro que se prevê de colaboração e respeito.
Num contexto totalmente diferente; e sempre falando de situações que me fazem avaliar e reflectir a minha vivência, o concerto com os Corvos, no passado dia 8 de Julho, no Castelo de S. Jorge, é mais uma peça fundamental, por todo o horizonte que me abriu e por alimentar a minha necessidade de ser desafiada, de experimentar, de abrir caminhos. Foi inegável a minha alegria, depois de ultrapassada a dificuldade de recriarmos temas meus em conjunto com os Corvos (conjugar horários, géneros musicais e hábitos absolutamente distintos é tarefa de considerável desgaste…) de partilhar o palco com músicos de uma energia e entrega notáveis, que se deixaram seduzir pela crescente energia da noite. Talvez este seja o facto de maior realce para mim: em muitos concertos que tenho feito, não me lembro de ter sentido tamanha entrega da minha parte, tamanha fúria de cantar, de estar ali, quase selvagem e absolutamente intensa. Este concerto em particular é, provavelmente, o culminar de uma atitude crescente de entrega total. Senti, mais do que nunca, que estar em palco é vital para mim. A música deixou de ser apenas concertos, discos, ensaios. Passou a ser a minha sobrevivência e mais do que isso, a minha transcendência!
Faz também, em breve, um ano que tomei a decisão mais dura da minha vida. Reestruturar a minha forma de trabalhar com o meu “companheiro de aventuras” de sempre: Helder Moutinho e a sua HMmúsica. A dificuldade dessa decisão prendeu-se unicamente com um medo, não totalmente infundado, que essa reestruturação representasse, para as pessoas que sempre nos conheceram juntos, uma ruptura. E essa sensação era para mim quase cruel, pois punha em causa todo o companheirismo, crescimento e amizade que sempre fez parte do nosso percurso.
Passado um ano, a HMmúsica e a MAFALDARNAUTH management (que entretanto criei e para a qual asseguro a gestão) seguem, como sempre, de “mãos dadas”. Apenas mais amadurecidas, procurando viabilizar e tornar mais eficazes todos os projectos conjuntos sem sobrecarga de nenhumas as partes. Tenho poucos balanços tão positivos na minha vida como este, pois é desta união que nasce a Mafalda Arnauth que todos conhecem - e é também graças a ela que eu, simplesmente Mafalda, continuo a ser muito afortunada pelo grande amigo que tenho…
Chegamos finalmente à cereja no topo do bolo, deste rosário (ou fadário…). O meu próximo álbum, o filho de uma vida inteira, pois se os outros álbuns foram sempre reflexos de mim, dos meus momentos na altura, este reúne, pedacinhos de sempre, de todos os instantes, de tristeza, amargura, desencantos e da sempre presente força, luta e imperativa capacidade de seguir em frente. Será o álbum das influências, das interferências da vida, dos outros, dos amores, da fé que me acompanha, do pormenor.
É um assunto ao qual voltarei em breve, também aqui. Aliás, não pensem que se esgotam, com este longo (porque sentido) texto, assuntos para vos falar futuramente. Por ser quem sou, terei sempre o que dizer. Pela vida que escolhi, sempre que puder, cada dia tem muito para encher este Fadiário…

11.7.05

"O Melhor de"... até agora



"Talvez se Chame Saudade" é o novo disco de Mafalda Arnauth - um "best of", editado pela EMI Music Portugal, à venda a partir de hoje. Aqui fica o alinhamento:

- Meus Lindos Olhos
- Quase Imortal
- Bendito Fado, Bendita Gente
- Pode Lá Ser
- Esta Voz Que Me Atravessa
- Talvez se Chame Saudade
- Serás Sempre Lisboa
- Lusitana
- O Sol Chama Por Mim
- As Fontes
- Cavalo à Solta
- Da Palma da Minha Mão
- Este Silêncio Que Me Corta
- Coisa Assim
- Eu Venho
- Até Logo, Meu Amor

10.7.05

O Best Of de Mafalda Arnauth visto por João Miguel Tavares

Quando Meus Lindos Olhos se começou a escutar nas rádios em 1999, uma suave brisa desarrumou o fado – nada voltaria a ser como antes. Verdadeira pedra angular daquilo a que muitos têm chamado “novo fado”, os seus três minutos – tão belos quanto despretensiosos – aproximaram da canção de Lisboa uma multidão de gente que lhe era avessa, e deram a conhecer ao mundo uma jovem fadista de 25 anos: Mafalda Arnauth.

Mafalda é a primeira voz que chega atrasada ao fado e recupera o tempo perdido num piscar de olhos. Sem qualquer ligação ao género, descobriu-o no primeiro ano da universidade, rompendo com a tradição do bairro típico e da herança familiar. Para se ser fadista, afinal, bastava talento, disponibilidade interior e o desejo de desdobrar em canção as dobras dos sentimentos. Pela sua própria clausura, o fado deixou-se cair muitas vezes numa ditadura sanguínea, que excluía como “não genuíno” tudo o que vinha de fora. Mafalda vinha de fora, mas cantava como se sempre tivesse estado dentro.

Claro que ela não foi a primeira a fazê-lo – mas foi a primeira a ser bem sucedida não só apesar disso, mas também por causa disso. De facto, em vez de ser uma dificuldade, o “vir de fora” transformou-se numa mais valia. O novo fado de Mafalda era realmente novo, possuía a doce leveza da inocência – estava ausente o medo de ofender a tradição – e recusava enclausurar o género na guitarra gemida e no poema chorado. O tema O Sol Chama por Mim era, nesse sentido, todo um manifesto de intenções: “Despi o manto negro da tristeza/ Das noites que cantei p’ra não chorar”. Em vez das lágrimas, “um novo fado de alegria”. E concluía: “é dia e o sol chama por mim”. Mafalda abria as janelas do fado e deixava a luz invadir a casa.

O disco foi um sucesso, e com ele o fado deixava de ser uma canção exclusiva de turistas, bairristas e marialvas. Chegava, por assim dizer, à classe média. Popularizava-se. Por causa da voz de Mafalda? Sim, por causa da sua voz. E também por causa da sua imagem. E da sua simpatia natural. Mas, sobretudo, por causa de um aspecto tantas vezes esquecido e injustamente menorizado: as suas composições. Se hoje em dia abundam as fadistas, Mafalda Arnauth continua a ser a única que compõe a maior parte dos seus fados. Quer dizer: é através das suas próprias composições que melhor se exprime, e elas são essenciais à originalidade do seu trabalho.

Recusando desde sempre insistir no repertório de Amália e recorrendo muito pouco aos fados tradicionais, Mafalda é responsável por um conjunto de temas que enriquece o património do fado naquela que é a sua maior fragilidade: a capacidade de renovar o seu acervo melódico. De facto, se não há falta de vozes, continua a haver uma enorme falta de compositores – por assim dizer, sobram as Amálias mas tardam a aparecer os Alain Oulman. Embora criticada por quem considera pecado a sua aproximação à música ligeira portuguesa – esquecendo que foi esta música que produziu algumas das mais belas canções dos anos 60 e 70 –, Mafalda tem ajudado a que o fado não fique perpetuamente a morder a sua própria cauda. E esse é um contributo inestimável.

Apenas passaram seis anos e três discos – são certamente muitos os fados que Mafalda Arnauth ainda encerra dentro de si. O que está para trás já lhe garante um lugar de relevo na História do fado. O que está para a frente é um mundo de possibilidades à espera de serem concretizadas, uma constelação de canções que aguardam a voz de Mafalda para se iluminarem por dentro. Nós estaremos cá para ver, para ouvir, para saborear. O nosso envelhecimento é certo – o seu fado tudo tem para continuar novo. Como no primeiro dia, como no primeiro verso: “Meus lindos olhos, qual pequeno Deus...”

João Miguel Tavares

9.7.05

Mafalda Arnauth e Corvos: Um Sucesso Esmagador


Foto gentilmente cedida por Egeac / José Maria Frade

Lisboa estava, de facto, há muito mobilizada - e a expectativa de um concerto único arrastou, ontem à noite, uma multidão para a Praça d’Armas do Castelo de São Jorge.
O espectáculo inseriu-se no programa da Festa do Fado 2005, uma organização da Egeac para as festas da cidade de Lisboa.
O objectivo desta iniciativa passou por juntar artistas de renome do mundo do Fado a convidados (músicos e projectos) de outras áreas musicais, dando uma nova vitalidade à sonoridade típica do Fado, fazendo-o renascer.
De mãos dadas com os Corvos, Mafalda Arnauth subiu a palco para estrear alguns temas originais e (re)interpretar os maiores sucessos da sua carreira, em conjunto com o intrigante e consagrado quarteto de cordas, cuja identidade assenta numa linguagem invulgar, em busca de novas sonoridades.
Com a junção improvável da voz de Mafalda Arnauth, os seus guitarristas e os Corvos, numa espectacular noite onde o próprio estado do tempo pareceu colaborar o mais que lhe era possível, tudo começou com “DE NÃO SABER SER LOUCURA”, com Mafalda Arnauth, Celo e Guitarristas. Não foi preciso mais para a casa cheia ficar rendida.
O Celo saiu depois para bastidores, deixando o palco para Mafalda e os seus músicos interpretarem “PODE LÁ SER”, “INSTANTE DOS SENTIDOS”, “TROVA” e “TRISTE SINA”.
“HORTELÃ MOURISCA” marcou o regresso dos Corvos ao palco, com todo o ensemble a interpretar ainda “COISA ASSIM” e “PARA MARIA”.
Foi então a vez do palco ficar inteiramente por conta dos Corvos. Dois instrumentais fizeram brilhar ainda mais, face a um público rendido, o virtuosismo do quarteto de cordas.
“MEUS LINDOS OLHOS” foi a deixa para Mafalda Arnauth e os seus guitarristas voltarem ao palco, num instante marcante em que o Clube de Fãs da fadista a presenteou com um cabaz de flores e um urso de peluche gigante, objectos que não mais deixaram o palco.
O espectáculo prosseguiu com “LUSITANA” e mais um tema novo, “MILONGA DO CHIADO, tema para cuja interpretação os Corvos voltaram ao ensemble de palco.
Todos juntos, interpretaram “EU VENHO”, “POR ONDE ME LEVAR O VENTO” e “AUDÁCIA”, mais um tema inédito que foi, ainda assim, capaz de arrancar da assistência um dos aplausos mais fortes da noite.
“FADO ARNAUTH” acabaria por ser a escolha óbvia para o encerramento do concerto, não fosse a insistência das 600 pessoas que esgotavam o recinto nos encores… e a surpresa maior estava para vir.
Num arriscado improviso, Mafalda Arnauth, os Guitarristas e os Corvos lançaram-se a “ESTRANHA FORMA DE VIDA”, numa versão que homenageou Amália como poucos e encerrou, com chave de ouro, uma magnífica e inesquecível noite de Fado.